27 de outubro de 2011

Matemática

Eu queria me dividir em pelo menos mil pedaços
para que assim o amor ficasse tão pouco em mim
que seria desprezível

mas não é:

Nem que eu me divida em mil, milhões, trilhões
ou sei lá quantos zeros mais,
continua sobrando
e não há subtração que resolva

Quem dera eu pudesse fazer acabar,
nem que ficasse no negativo,
diminuir coisa pouca que fosse,
um pouquinho de nada, vá?

Na minha conta só faço multiplicação
Posso até dividir,
mas só se for pra somar todo esse amor de volta

17 de outubro de 2011

Por que





Tua nuca,
teu cheiro,
minha memória guardando teus trejeitos
(para onde vão tantos detalhes?)

Dá até pra sentir o sangue correndo nas veias
quando toco embaixo do queixo,
lado esquerdo,
perto daquele meu sinal
(daqueles tantos outros sinais
que você quis contar
e cansou)
Não sei se de saudade
ou de felicidade
agonia, talvez
Mas sinto bater,
cansado,
(e rápido!)
o não tão velho coração

Penso tanto antes de dormir
que acabo colocando reticências em tudo
e deixando sem fim
desde o começo

A noite quer dormir
mas eu não deixo, não
Primeiro tenho que ver a rua,
ouvir o silêncio,
perceber que tudo muda de lugar,
menos você

Em três pontos cabem muitas coisas...
principalmente aquilo que nunca se acaba



Será que era de amor?