Limpei
a casa e reorganizei os móveis. Joguei fora tudo que não me servia mais e só
fazia acumular poeira dentro do meu coração. As lembranças continuam
engavetadas, guardadas de mau jeito, para que eu possa dar uma olhada vez ou
outra.
Ando cheia de vontades. Vontade enorme de
ser feliz – sempre mais e mais, porque nós, seres humanos e de sangue pulsante correndo
louco nas veias, temos essa mania de querer demais. Vontade de entregar-se ao
novo, àquilo que ainda está chegando ou já chegou por completo – e me entrego. Vontade
de plantar algumas árvores, muita alegria e gentileza no solo desse mundo
desconcertado.
Meu coração tá transbordando de tanta coisa
linda que tem guardada nele, e quero poder doar um pouco disso para todo aquele
que queira experimentar – aprendi que não adianta se doar para quem nada quer
ou não se deixa querer: a gente só se desgasta e gasta nosso carinho.
Vontade de jogar amor para cima, para
baixo e para todos os lados. Nas diagonais, paralelas, perpendiculares e
diversas outras direções. Espalhar o amor: “que seja doce”. Muito.
Que sejamos mais - e menos também. Que
nossos estômagos se encham de borboletas e nossos corações se acalmem um pouco.
Que mudemos – a nós e ao mundo. Que cresçamos. Que somemos e multipliquemos mais
do que temos subtraído.