“- (...) o
murchar das flores é o sinal do nascimento dos frutos; e dos frutos vem a
semente e o ciclo do coração... se as flores não murcharem, como há de existir
frutos e sementes? Até os lírios murcham.
- Eu queria que
as flores durassem para sempre.
- Assim como as
primaveras?
- Mas a gente guarda pelo menos a lembrança delas,
não é? De certo modo, elas nunca morrem.
Entende?
- Entendo. Concordo. Se você quer eternizar é só guardar direitinho, como uma flor
dentro de um livro.
- Eu tenho flores guardadas assim.
- Eu tenho flores guardadas assim.
- Eu tenho amores guardados assim.”
Engraçado que independentemente do tempo
correr ou passar se arrastando, a gente tá no mesmo lugar, morrendo de saudade
um do outro. Não importa se um dia foi espinho ou se já é flor de novo, eu te
guardava – e guardo – de todo jeito, desde sempre. Você bem sabe dessa minha
mania de passado, essa coisa de lembranças, detalhes. Canceriana demais. Cancerianos
demais.
Amor-amizade: talvez a melhor definição de
alguma coisa que a gente já fez. Esse amor raro, misturado, feito para nos
levantar e derrubar ao mesmo tempo. Tão nosso. A gente nunca conseguiu se
deixar ir. Mesmo com todos os desapegos, tentativas de expulsar de dentro do
coração, investidas falhas e limites incertos: a gente nunca parou de se
guardar. Nem que tenha sido de uma forma escondida ou escancarada - mas mentida
-, a gente nunca conseguiu quebrar nossa promessa. Nem mesmo quando a primeira
música que te mostrei dizia que eu ia embora.
É bom saber que no fundo, no fundo, a gente
nunca mudou. Nem iremos. Uma delícia ouvir que ainda te causo sorrisos. Você
sabe que por aqui também. O jardim continua bagunçado, como sempre, mas bem
cuidado. A cada flor que nasce, lembro do significado de “cativar”. Lembro de
você, nem que por meio segundo. Lembro tanto de como me deixei ser cativada por
uma pessoa tão inconstante quanto eu. Logo nós, que mesmo tão cancerianos,
temos toda essa falta de certeza.
A gente sempre vai ser esse parêntese em
aberto.
Guardo flores assim. Cartas, caixas. Você.
Amores também.
Amores também.
toda rosa é rosa porque assim ela é chamada. toda bossa é nova e você não liga se é usada; todo amor vai além do que se vê, e toda amizade vai além do que se sente.
ResponderExcluirlindo texto nine!!!
ResponderExcluirQuem me dera o céu pudesse ajudar
ResponderExcluirNoites eu passei em claro
Os olhos que me apetecem
Os sonhos que se antecedem
Pra você chegar na estrada, caminho ou lugar
Onde eu seja teu
Vou te mostrar tudo ao redor
Vidrar as paredes e só
Não vou nem ligar
Apaguei as luzes
Parei onde você parou
Pra me esperar
Até quando você notou
Que não ia dar em nada
Quem quiser hoje o céu
Que venha buscar
Noites eu passei em claro
Dos dias eu já me esqueço
Dos lábios não quero o peso
Pra me derrubar
E a minha pessoa ficar
Mais um pouco aqui
Parei onde você parou
Pra me esperar
Até quando você notou
Que não ia dar em nada
Vanguart - onde você parou
Ah se eu soubesse meu amor, ah se você soubesse.
ResponderExcluirQue te encontro todo dia na rua, naquela tua esquina,
quando levo minha saudade pra passear.
Ah se eu pudesse meu amor, eu te diria que você foi o tal, e que me levou no final.
Sem dó, me levou nos teus braços que agora anda com outro rapaz.
Ah se você soubesse meu amor, se você soubesse.
Que não sou um destes que tu se agarra.
Te encheria com aquele véu, te levaria pro céu, te encheria de paz.
Ah se você soubesse, como eu ando na lua,
como eu desisti do meus amigos, e repito que não sou capaz.
Ah se eu soubesse meu amor, o porquê que não rio mais a toa,
porquê quero me casar contigo, logo mais.
Ah se você soubesse meu amor, como eu ando nos bares, tentando achar esta paz.
Mas eu vivo por aí, me agarrando por ali e ali.
Se eu pudesse meu amor, levaria tudo isso na boa,
nem ligaria pro teu gingado de saia.
Queria tanto deixar essa saudade pra trás, pobre de mim que te amo demais.