26 de julho de 2012

Verde na memória

               Lembro daquele dia verde. Nublado, mas verde. Era de um chove-não-molha impressionante. E tanto era, que ficamos nós dois ali, deitados em tua cama: eu tentando te convencer de que o dia valia ao menos um mergulho na piscina, e você dizia que ia começar a chover. E chovia, sempre. Você olhava nos meus olhos, eu olhava teus sinais e tentava ligá-los, fazer algum desenho no teu rosto; e aí meus olhos encontravam os teus, tão atentos e sorridentes em mim. Eu me perdia em você. Ria, chacoalhava pra lá e pra cá. Te beijava os olhos fechados, e te amava mais uma vez. Pelo menos eu tinha consciência do quanto estava feliz ali, naquele momento - e em tantos outros. Hoje, só me resta saudade. E quando o dia é assim, parecido com aquele verde-nublado, meu coração dói, meu corpo sente a falta do teu contorno. Dias assim me fazem querer estudar física e o que mais for necessário só pra poder construir uma máquina do tempo e te viver mais uma vez, sem ser dentro de mim desse jeito.




3 comentários:

  1. como sempre belas palavras, vc é uma apreciadora de palavras minha linda. bj

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  2. quanta palavra bem colocada. quanto sentimento bem descrito. meus parabéns, minha amiga.

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