16 de setembro de 2013

Esclarecimento para os de fogo

Eu sou água:

Evaporo e sumo - ou me deixo ser guardada nalgum canto
Escassa e exagerada, líquida e sólida, fria e quente
Doo, a mim e em mim – seja por mudança ou presença, seja por transformação ou estagnação, seja por necessidade ou não.
Corro, escorro, caio: só paro se congelada – mas aí já é prisão.
Tal como água, só sirvo se limpa: que seja claro.
Odeio poeiras:
incertezas, inseguranças, indecisões, imprevisões, ins quaisquer que me trazem a confusão - que já tenho em mim e que só faz crescer com os outros. 
EU SOU ÁGUA: 
         apago-te 
         ou incendeias logo tudo de uma vez. 
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2 comentários:

  1. Dias desses estava martelando sobre ser água também. Acabei com um soneto, não com a relação água x fogo, no meu deu água x pedra. Enfim...


    Não se trata de medir forças,
    se sou como água, és pedra;
    perde tempo quem acredita
    em “água mole, pedra dura...”

    Te respeito como minério
    com perspectivas de futuro
    e apego à ancestralidade,
    não vim para te dissolver.

    Se por vezes minha frieza
    se assemelha à tua solidez
    é um estado momentâneo,
    um lapso de conveniência.

    Sendo líquido, gelo e brisa
    transmutar é minha sentença.

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