Me deixa pintar a vida como eu quiser! Cansei de tantos dias cinzas dentro de mim. Eu quero pintar minha alma de todas as cores; quero libertar o meu pássaro azul, sem medo… Eu quero ter a vida na sua forma mais crua e sincera que se pode ter. Quero me jogar nesse mundo, abrir o coração pro vento, deixar o tempo levar consigo o que quiser de mim. Quero que você me invada, me explore e conheça todos os cantos que existem no meu interior. Quero saber falar como quem grita o que sente, como quem escolhe e inventa as melhores palavras para se expressar. Quero levar comigo toda a alegria que puder, mas quero que exista um pouco de tristeza também... Ninguém aprende só com felicidade. Quero o óbvio, o intocado, o distante e a mesmice de todos os dias. Quero sentir todas as saudades: a de quem está ao seu lado, a de quem está em outro canto do país, a de uma época, a de um amor, a de uma voz, a de uma música, a de um livro, a de um sábado à tarde, a dos cheiros... Quero tanto que nem sei mais o tanto que quero. Quero desaprender a medir os sentimentos; quero aprender a ser mais de mim, cada vez mais. Quero sentir e tocar essa vida com a palma da minha mão. Quero que minha vida seja vasta; tão imensa que não se possa pegar com uma mão - nem duas -, mas que caiba inteira na minha memória, como uma doce lembrança de dezembro. Quero que tudo que vivi, vivo e viverei seja como um souvenir, um presente mesmo, escrito e feito por mim, de um jeito indecifrável para os que não têm dentro de si a magia de ver através do comum. Quero minha vida dentro de um sonho. Não um sonho impossível, mas um sonho daqueles que a gente realiza, que só é preciso vontade e enxergar além de um horizonte distante. Quero o tudo, o nada e mais um pouco... Posso parecer gananciosa, mas não sou não. Só sei que quero poder espremer e tirar o sumo dessa vida, fazer com que ela seja deliciosa, sem amargar no final. Eu só quero poder viver. Viver, no sentido mais amplo da palavra, da forma mais intensa e despreocupada que se possa imaginar.
Quero viver o mundo que floresce em mim todos os dias, com todas as borboletas que eu tiver direito!
(E quero que você venha comigo.)
Algumas (ótimas) palavras, que gosto de ler.
ResponderExcluirAlgumas (carinhosas) palavras deixadas pra mim, por você.
Aqlgumas (agradecidas) palavras que devolvo dizendo: não pare de escrever pq você possui aquela arte, que vai nos envolvendo.
Obrigada pelas palavras e mais ainda por ter tempo de deixá-las!
beijo
belissimo txt Srtª Mariz!
ResponderExcluirPedro Luís & A Parede
ResponderExcluirMáquina De Escrever
Meu coração é uma máquina de escrever
As paixões passam
As canções ficam
Os poemas respiram nas prisões
Pra ler um verso, ouvir, escutar
Meu coração falar
Até se calar a pulsação
Meu coração é uma máquina de escrever
No papel da solidão
Meu coração é
Da era de Guttemberg
Meu coração se ergue
Meu coração é
Uma impressão
Meu coração
Já era
Quando ainda não era
A palavra emoção
Mas há palavras no meu coração
Letras e sons
Brinquedos e diversões
Que passem as paixões
Que fiquem as canções
Nos poemas, nos batimentos
Das teclas da máquina de escrever
Meu coração é uma máquina de escrever
Ilusões
Meu coração é uma máquina de escrever
É só você bater
Pra entrar na minha história
achei esse sem sal :T aquém do que normalmente leio por aqui :T
ResponderExcluirO amor que choveu
ResponderExcluirEra uma vez um menino que amava demais.
Amava tanto, mas tanto, que o amor nem cabia dentro dele.
Saía pelos olhos, brilhando, pela boca, cantando, pelas pernas, tremendo, pelas mãos, suando.
(Só pelo umbigo é que não saía: o nó ali é tão bem dado que nunca houve um só que tenha soltado).
O menino sabia que o único jeito de resolver a questão era dando o amor à menina que amava.
Mas como saber o que ela achava dele?
Na classe, tinha mais quinze meninos. Na escola, trezentos. No mundo, vai saber, uns dois bilhões?
Como é que ia acontecer de a menina se apaixonar justo por ele, que tinha se apaixonado por ela?
O menino tentou trancar o amor numa mala, mas não tinha como: nem sentando em cima o zíper fechava.
Resolveu então congelar, mas era tão quente, o amor,
que fundiu o freezer, queimou a tomada, derrubou a energia do prédio,
do quarteirão e logo o menino saiu andando pela cidade escura -- só ele brilhando nas ruas,
deixando pegadas de Star Fix por onde pisava.
O que é que eu faço? -- perguntou ao prefeito, ao amigo,
ao doutor e a um pessoalzinho que passava a vida sentado em frente ao posto de gasolina.
Fala pra ela! -- diziam todos, sem pensar duas vezes, mas ele não tinha coragem.
E se ela não o amasse?
E se não aceitasse todo o amor que ele tinha pra dar?
Ele ia murchar que nem uva passa, explodir como bexiga e chorar até 31 de dezembro de 2978.
Tomou então a decisão: iria atirar seu amor ao mar.
Um polvo que se agarrasse a ele -- se tem oito braços para os abraços,
por que não quatro corações, para as suas paixões?
Ele é que não dava conta, era só um menino, com apenas duas mãos e o maior sentimento do mundo.
Foi até a beira da praia e, sem pensar duas vezes, jogou.
O que o menino não sabia era que seu amor era maior do que o mar.
E o amor do menino fez o oceano evaporar.
Ele chorou, chorou e chorou, pela morte do mar e de seu grande amor.
Até que sentiu uma gota na ponta do nariz.
Depois outra, na orelha e mais outra, no dedão do pé.
Era o mar, misturado ao amor do menino, que chovia do Saara à Belém, de Meca à Jerusalém.
Choveu tanto que acabou molhando a menina que o menino amava.
E assim que a água tocou sua língua, ela saiu correndo para a praia, pois já fazia meses que sentia o mesmo gosto,
o gosto de um amor tão grande, mas tão grande, que já nem cabia dentro dela.
- Antônio Prata
Quase vi Amélie Poulain escrevendo.
ResponderExcluirMuito bom o texto.
Beijos, queijos e flores.