17 de junho de 2012

Sobre domingos e minha mania de água

Domingo me mete o maior medo. Se eu já penso muito - talvez até demais -, não queira nem imaginar o tanto de coisa que passa pela minha cabeça num dia em que eu não faço nada. Sem falar de hoje, especialmente: nublado, com chuviscos o dia inteiro, vazio, parado no tempo. 
Dias assim me deixam aérea. Voo longe, me perco dentro de mim. São tantas perguntas sem respostas. Tantos rostos, corpos, olhos, corações. Tantos lugares, esconderijos, mentiras e coisas velhas, guardadas de todo jeito. Tantos eus espalhados por aí. Tanto de nós que se foi. 
Gosto muito de chuva. Rega meu jardim, cuida do meu interior e faz crescer (não sei mais pra onde) meu coração. Lava minha alma. Leva embora o que já não me pertence mais. E peço, sussurro, rezo: que chova mais em mim. E que dias assim - por mais que me baguncem completamente por dentro – se repitam mais vezes.

A cor do amor é cinza.



2 comentários:

  1. Espero que saibas a sorte que tens.
    O quanto eu gostaria de estar na tua pele.
    Poder estar na mesma cama que ela todas as manhãs.
    Ajudá-la a acordar da má disposição matinal.

    Espero que saibas que ela não te vai falar enquanto não lavar os dentes.
    Não é por mal... é por medo de perder o encanto aos teus olhos.
    Que a consideres um ser humano comum.
    Espero que saibas que ela gosta de aproveitar cada raio de sol,
    e que o café a deixa mal disposta.

    Que escolhe a roupa que vai vestir na noite anterior,
    só para poder ter mais cinco minutos de sono pela manhã.
    Que o despertador toca cinquenta vezes até que se levante,
    e que mesmo assim, consegue chegar a horas.

    Quero também dizer-te que ela adora histórias do fantástico. Mas não de terror!
    Que é capaz de saber o nome de todas as personagens de um livro antigo,
    mas que não se vai esforçar para decorar o nomes de todos os teus amigos à primeira...Porque ela... ela é que sabe de si.

    Tu nunca serás uma sorte para ela.
    Sorte é poderes tê-la na tua vida.
    Sabes? Ela não é romântica por natureza,
    mas uma demonstração espontânea da tua parte vai fazê-la fraquejar.
    Porque ela é segura e doce ao mesmo tempo.

    Ela não sabe cozinhar, mas vai esforçar-se para fazer o teu prato preferido.
    E se não estiver bom, ela vai rir-se do falhanço, em vez de corar.

    E quando ela ri... quando ela ri eu tenho vontade de chorar.
    Não de tristeza, mas porque cada gargalhada
    é como uma nota musical que toca ao coração e me faz querer dançar.

    Ela é tudo o que eu queria e nunca soube que tive.

    Aprende que a arritmia que sentes com ela é normal!
    E que a falta dela é um vazio igual à morte.
    Espero que sejas tudo aquilo que eu nunca fui.
    Espero que a trates bem.
    Porque se lhe partires o coração vais perdê-la para sempre.

    Pudesse eu ter lido o futuro...

    Ana Luisa Bairos, Joana Pacheco e Margarida Lopes



    http://www.youtube.com/watch?v=DmkvkbqXY_Q

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