17 de março de 2013

ciclos


Surge,
fura,
entra.

Faz moradia,
constrói o lar.

Dá-te um travesseiro,
te cobre com o lençol dele.
Diz umas palavras bonitas pra gente gravar na memória
e doer depois. 

Dorme,
acorda,
ama.
Come,
vê tv,
ama mais e outra vez.

É casa, é morada
Mora-se no sentimento,
naquilo que foi projetado.

Fura de novo
e entra mais
mais
mais
mais
ais
ai
e
sai.
Vai.

Fica
o que foi projetado
o que foi lar
o que foi lençol
o que foi junto
o que foi palavra

Fica
o que virou buraco,
quando só existe a falta

Fica
o que foi amor
.
.
.

Surge,
fura,
entra.

Acolhe,
acrescenta,
mora.

Estraga,
bagunça,
dói.

Vai embora.

- e a gente espera a hora
em que vai começar tudo outra vez

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