18 de fevereiro de 2011

Chove por aqui

     Não sei o porquê de tanta chave, cadeado ou qualquer outra proteção, se no final das contas tudo é invadido; se chegas assim, sem avisar, e te aproximas como quem nada quer e fica por aqui mesmo, pouco ligando para o aviso de “não perturbe”.
     Pra que tantas máscaras, fantasias e contradições, se o carnaval ainda nem chegou? Te projetaste de tal maneira para mim que é difícil de te tirar daqui - tu sabes o quanto custa ter que diminuir um sentimento dentro da gente para que ele ainda possa existir num cantinho isolado, guardado como se fosse um poema. Por favor, não me venha com esse seu fingimento de arrependimento, muito menos com essa sua saudade forçada… nada do que você falar vai mudar o que decidi. Para de mentir. Mentir para mim, para você. Aceita. Acredita que existiu - que ainda existe - um carinho tão grande que não coube mais em mim e que teve que explodir para os lados, mas não aguentaste e tiveste que ir embora. Eu quis que essa fosse a história. Nunca quero perder esta versão: você chegou do nada, te amei, me amaste, nos amamos, deu no que tinha que dar e no que não tinha, mas passou. Nosso tempo se foi, escorreu pelas mãos, pelos olhos. Te encontrei, te perdi, te achei novamente e perdi de novo. Fomos nós. O tempo passou… continua passando agora.
     Passa. Passa. Passa. Passa. Passa. Passa. Passa. Passa. Passa. Passa. Passa. Passa. Passa.  

    Por aqui ainda fará calor, flores brotarão, as folhas de minhas árvores cairão e o vento nunca irá parar de soprar. Não te esqueces que por aqui sempre há de chover… guarda-chuva nenhum vai mudar isso.


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